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Curitibana vencedora do Concurso de piano Edna segue carreira na Europa

Em conversa com a Unicultura, a pianista Renata Bittencourt de Assis conta como o concurso lhe ajudou na carreira

Radicada em Paris há 13 anos, a curitibana Renata Bittencourt de Assis iniciou seus estudos musicais aos 11 anos. Após sua graduação em 2008, no curso Superior de Instrumento (Bacharel) na Escola de Música e Belas Artes do Paraná – EMBAP, colocou em prática seu projeto de seguir carreira na Europa. Na Suíça, concluiu seu mestrado no Conservatório de Lausanne. Atualmente, seus recitais fazem sucesso com o público europeu graças ao seu repertório de compositores brasileiros. Em conversa com a Unicultura, Renata dá conselhos para quem está começando, fala da importância da participação no Edna para sua carreira e comenta sobre a relevância da obra de Camargo Guarnieri


Quais seus conselhos para quem quer seguir carreira na musica?

Renata – Diria que saber aprimorar ao longo da vida as habilidades técnicas e musicais de maneira inteligente é muito importante : estudar de maneira eficaz e buscar sempre o despertar da sensibilidade e da espiritualidade. A carreira do músico é semelhante a de um atleta que busca sempre a superação através de muita determinação e perseverança, sem esquecer do coração. 

Qual a importância do prêmio Edna na sua trajetória?

Renata – Na época em que ganhei o prêmio Edna Habith (ela foi vencedora da 8ª edição) eu estava me preparando para ir estudar em Paris. Para realizar esse sonho eu precisava de recursos financeiros. Já vinha dando aulas, alguns concertos e o prêmio no concurso me ajudou muito nesse projeto de estudar fora do Brasil, além de me dar mais confiança para fazer a prova na França. 

Nessa edição do Edna o compositor homenageado é Camargo Guarnieri, você conhece, pode falar um pouco sobre sua relevância?

Renata – Músico prolífico, Camargo Guarnieri deixa uma notável contribuição à música do Brasil. Ele também tem um pezinho na França, pois estudou com Charles Koechlin, compositor e autor de um famoso tratado de orquestração. Sua obra compreende peças orquestrais (sinfonias, concertos para piano e violino…), duas óperas, peças de música de câmara, canções e inúmeras composições para piano.

O meu primeiro contato com a obra de Guarnieri foi em 2003, quando participei pela primeira vez de um concurso de piano (concurso da Associação brasileira de professores de piano), tocando a sua famosa Dança Negra. Henriqueta Duarte, minha mestra, havia estudado essa peça com o compositor, e me deu muitos conselhos de interpretação que não estão escritos na partitura. Me interessei então por outras obras do nosso querido Camargo, como alguns Ponteios para piano, Coletânea para violino e piano, a Sonatina n°3 (que apresentei na 7a edição do Concurso Edna Habith), e sua música me encanta pela clareza formal mas também pela sutileza na qual ele emprega e desenvolve seus lindos temas brasileiros. 

Em 2018, quando gravei o CD Iguaçu com meu parceiro de duo de pianos, Diego Munhoz, nós estávamos à procura da versão da Dança Negra para dois pianos, feita pelo próprio Guarnieri. Não encontrando nenhuma edição, nós contatamos então à violinista Tânia Guarnieri, filha do compositor, que foi muito gentil e nos forneceu uma cópia do manuscrito. É uma versão muito bela e é a primeira faixa do CD do Duo Aurore !

Crédito da foto: https://s.rfi.fr/media/display/73fb8c0a-0d74-11ea-bbb6-005056a9aa4d/w:1280/p:16×9/renata_bittencourt.webp

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